Col. Est. Dep. Manoel Mendonça
Prof.: Cássio Vladimir de Araújo
Série: 1°
Ano
Disciplina: História - 2017
Mundo Islâmico
- Arábia pré-islâmica
Diversos povos viviam na península Arábica, organizados em
tribos ou clãs: árabes do litoral – povos sedentários que moravam em cidades
próximas da costa, como Meca e Yatrib; árabe do deserto – povos seminômades que
viviam em torno dos oásis da península.
A Arábia não teve unidade política até o século VII. Os
povos ligavam-se uns aos outros pelos laços de parentesco e por elementos
culturais comuns – falavam o mesmo idioma (apesar das variações regionais) e
possuíam as mesmas crenças religiosas (eram politeístas).
Na cidade de Meca havia um templo que reunia os ídolos das
principais divindades cultuadas à época. Nesse templo encontrava-se também a
Pedra Negra, venerada pelos árabes.
A Pedra Negra é uma das relíquias mais sagradas dos povos
árabes e do Islamismo. Segundo a tradição, a pedra foi recebida por Abraão das
mãos do anjo Gabriel. Provavelmente um pedaço de meteorito, a Pedra Negra
atualmente é conservada numa construção chamada Caaba.
A existência do templo na cidade de Meca fazia dela um
importante ponto de encontro dos diversos povos da região. Além disso, nos
períodos de paz, a cidade transformava-se no principal centro comercial dos
árabes, recebendo pessoas e mercadorias de diversos locais.
- Maomé
Maomé era um mercador da cidade de Meca que fundou o
Islamismo e liderou o processo de unificação dos povos árabes. Segundo a
tradição islâmica, teria sido escolhido por Deus para ser o último profeta
enviado à humanidade. Maomé dizia que os ídolos da Caaba deviam ser destruídos,
pois havia um só deus criador do universo. Alá.
- A perseguição de Maomé
Maomé passou a ser perseguido porque ele colocava em
questão a religião politeísta e os ídolos de Caaba, que haviam transformado
Meca em um centro comercial e de peregrinação religiosa. Isso provocou a reação
dos sacerdotes de Meca, já que, além de atacar a religião que eles
representavam, o profeta poderia prejudicar o comércio gerado pelos rituais
politeístas na cidade.
- Hégira
Obrigado a deixar Meca em 622, Maomé refugiou-se em Yatrib
(posteriormente denominada Medina, ou “acidade do profeta”). Esse episódio é
chamado de Hégira (palavra de origem árabe que significa “emigração”) e marca o
início do calendário muçulmano
- A unificação dos povos árabes
Maomé e seus seguidores difundiram a nova religião em
Medina e organizaram um exército de fiéis. O profeta pregava o monoteísmo e a
impossibilidade de representar a figura de Alá.
Em 630, conquistaram Meca e destruíram os ídolos de Caaba,
exceto a Pedra Negra, considerada símbolo de união. A partir daí, os islamismo
expandiu-se pela Arábia, e os diversos povos foram se unificando em torno da
nova religião.
Assim, por meio da identidade religiosa, criou-se uma nova
organização política e social e formou-se o Estado islâmico, de governo teocrático.
Após a morte de Maomé, em 632, o Estado Muçulmano passou a ser governado por
califas, que concentravam os poderes religioso, político e militar.
- Submissão ao Deus único
A religião islâmica prega a submissão plena do ser humano
aos preceitos de Alá, o Deus único, criador do Universo. A palavra Alá
significa, em árabe, Deus.
O Islamismo é uma das religiões mais influentes na
atualidade. Suas cidades sagradas – Meca e Medina -, situadas na atual Arábia
Saudita, recebem cerca de 2 milhões de peregrinos muçulmanos no mês sagrado de
seu calendário (Ramadã).
- Princípios básicos
Entre os princípios básicos do Islamismo, destacam-se:
- crer em Alá, o Deus único, e em Maomé, seu profeta;
- fazer cinco orações diárias com o rosto voltado na
direção de Meca;
- ser generoso com os pobres e dar esmolas;
- cumprir o jejum religioso durante o Ramadã (mês sagrado).
- ir em peregrinação a Meca pelo menos uma vez na vida.
- O Alcorão
O Alcorão ou Corão (livro sagrado dos muçulmanos) contém
normas religiosas, preceitos jurídicos, morais, econômicos e políticos. O
muçulmano, por exemplo, deve rezar cinco vezes ao dia voltado para Meca, deve
cumprir jejum durante o Ramadã. Os homens podem exercer a poligamia, mas não
podem comer carne de porco.
- Islã e muçulmano
Do árabe Islam, “submissão”, a palavra islã significa
submissão plena do ser humano aos preceitos de Alá. Do árabe muslim, “aquele
que se submeteu” a Alá, a palavra muçulmano designa aquele que segue o
islamismo.
- Sunitas e xiitas
Os sunitas (aproximadamente 84% dos muçulmanos atuais)
defendem que o chefe do Estado muçulmano – o califa – deve ser alguém com
sólidas virtudes morais: honra, respeito pelas leis e capacidade de trabalho.
Os xiitas (cuja maioria encontra-se no Irã, no Iraque e no Iêmen) consideram
que a chefia do Estado muçulmano só pode ser ocupada por um legítimo
descendente de Maomé ou seu parente; eles afirmam que o chefe da comunidade
islâmica é uma pessoa diretamente inspirada por Alá e que os fiéis lhe devem
obediência absoluta.
- Diversificação econômica e tolerância
Nas regiões conquistadas, os muçulmanos desenvolveram uma
produção agrícola variada graças à construção de grandes obras de irrigação,
que tornaram produtivas terras antes estéreis e empobrecidas.
Ao mesmo tempo em que ampliavam seus territórios, os
muçulmanos expandiram a atividade comercial, dominando grandes rotas, desde as
regiões da atual Índia até a península ibérica.
Também se tornaram habilidosos comerciantes, criando
diversos instrumentos jurídicos para a realização dos negócios: cheques, letras
de câmbio, recibos e sociedades comerciais.
A cultura e a religião islâmica não foram impostas aos
povos das regiões conquistadas, embora muitas pessoas tenham se convertido aos
preceitos de Maomé. Historiadores apontam, por exemplo, que as comunidades
cristãs e judaicas na península ibérica mantiveram suas crenças, mesmo durante
a presença do Império Islâmico na região.
- O declínio
Os aspectos mais relevantes que levaram ao declínio do
Império Islâmico foram: uma série de crises do poder político centralizado,
motivados por problemas internos e externos. As crises internas foram
provocadas pelas rivalidades entre os califas, levando ao desmembramento do
Império e à formação de Estados muçulmanos independentes. Externamente, os
árabes foram afetados pela reação dos povos conquistados e pelas lutas pela
reconquista de sua autonomia.
- Cultura árabe
Durante a Idade Média, os árabes assimilaram e reelaboraram
produções culturais de diversos povos, criando, ao mesmo tempo, uma cultura
rica e singular.
Em muitas situações, eles difundiram aspectos econômicos e
culturais do Oriente e do Ocidente. Foi, por exemplo, por intermédio deles que
chegaram à Europa inventos dos povos orientais, como a bússola, a pólvora e o
papel. E também muitos textos da Antiguidade Clássica, como as obras de
Aristóteles. Nas ciências, podemos destacar contribuições árabes nas seguintes
áreas: matemática, medicina e química. Também ajudaram à difusão do idioma
árabe.
- Impacto sobre a cultura ibérica
Os muçulmanos chegaram à península ibérica em 711 e lá
ficaram quase oito séculos, quando foram definitivamente expulsos. Assim, o
domínio árabe impactou fortemente as culturas dos povos português e espanhol,
que chamavam os árabes de mouros ou sarracenos. Até hoje, a exuberante
arquitetura árabe destaca-se nas ruas, praças e construções de cidades de
Portugal e, especialmente, da Espanha.
Fonte Bibliográfica:
COTRIM, Gilberto,
História Global – Brasil e Geral, volume 1, 2ª ed. São Paulo: Saraiva, 2013.
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