Colégio
Estadual Deputado Manoel Mendonça
Prof.: Cássio Vladimir de
Araújo
Série: 3º Ano – Ensino Médio
Disciplina: Geografia - 2017
O RELEVO SUBMARINO
· Plataforma continental
A plataforma continental constitui a continuação da
estrutura geológica do continente abaixo do nível do mar. A estrutura
geológica continental termina no talude (borda da plataforma continental,
marcada por um desnível abrupto de até 2 mil metros), com distância variável da
costa. Ela apresenta grande importância econômica, por conter bacias
sedimentares onde se encontram jazidas de petróleo, como as de Campos (RJ)
e Santos (SP), além de ser o local do relevo submarino mais rico em espécies
marinhas importantes para a atividade pesqueira.
· Talude
É a borda da plataforma continental, marcada por um
desnível abrupto de até 2 mil metros, na base do qual se encontram a crosta
continental e a oceânica.
· Região pelágica
(abissal)
Corresponde à crosta oceânica propriamente dita, que é mais
densa e geologicamente distinta da crosta continental.
· Conceitos importantes –
O Direito do Mar
Mar Territorial (MT): até 12 milhas náuticas (cerca de 22 km) onde
os Estados exercem soberania plena
Zona Econômica Exclusiva (ZEE): se estende do litoral continental e insular até 200 milhas
náuticas (370 km) onde o a jurisdição se limita à exploração e ao
aproveitamento dos recursos naturais. Todos os bens econômicos no seio da massa
líquida, sobre o leito do mar e no subsolo marinho são privativos do país
costeiro.
Plataforma continental (PC): é o prolongamento natural da massa terrestre de um
Estado costeiro. Em alguns casos, ela ultrapassa a distância de 200 milhas da
ZEE. Pela Convenção sobre o Direito do Mar, o Estado costeiro pode pleitear a
extensão da sua Plataforma Costeira até o limite de 350 milhas náuticas (648
km). É o caso do Brasil, que apresentou às Nações Unidas, em setembro de 2004,
o seu pleito de extensão da PC brasileira.
HIDROGRAFIA BRASILEIRA
· Os rios brasileiros
(aproveitamento econômico)
O Brasil, em razão de sua grande extensão territorial e da
predominância de climas úmidos, possui uma extensa e densa rede hidrográfica.
Os rios brasileiros têm diversos usos, como o abastecimento urbano e rural, a
irrigação, o lazer, e a pesca. O transporte fluvial, embora ainda pouco
utilizado, vem adquirindo cada vez mais importância no país. Em regiões
planálticas, nossos rios apresentam um enorme potencial hidrelétrico, bastante
explorado no Centro-Sul e nos rios São Francisco e Tocantins, com tendência de
crescimento na Amazônia e Centro-Oeste.
· Características da
hidrografia brasileira
- O Brasil não possui lagos tectônicos, poias as depressões
tornaram-se bacias sedimentares. Em nosso território só há lagos de várzea
(temporários, muito comuns no Pantanal) e lagunas ou lagoas costeiras (como a
dos Patos, no Rio Grande do Sul, e a Rodrigo de Freitas, no Rio de Janeiro,
ambas formadas por restingas).
- Todos os rios brasileiros, com exceção do Amazonas,
possuem regime simples pluvial.
- Todos os rios do país são exorreicos (exo, “fora” em
grego), possuem drenagem que se dirige ao oceano, para fora do continente.
- Considerando-se os rios de maior porte, só encontramos
regimes temporários no Sertão nordestino, onde o clima é semiárido. No restante
do país, os grandes rios são perenes.
- Predominam os rios de planalto, muitos dos quais escoam
por áreas de elevado índice pluviométrico. A existência de muitos desníveis no
relevo e o grande volume de água proporcionam grande potencial hidrelétrico.
- Em vários pontos do país há corredeiras, cascatas e, em
algumas áreas, rios subterrâneos (atravessando cavernas), o que favorece o
turismo. As cataratas do Iguaçu (“água grande”, em tupi-guarani), situadas no
rio de mesmo nome na fronteira Brasil-Argentina, nas proximidades da cidade de
Foz do Iguaçu (PR), atraem visitantes de todo o mundo.
- Na região amazônica os rios têm grande importância como
vias de transporte. Neles há barcos de todo tipo e tamanho, transportando
pessoas e mercadorias. Nas demais regiões a navegação vem crescendo nos últimos anos, sobretudo na
bacia Platina, onde uma sequência de eclusas já permite a navegação em um
trecho de 1400 quilômetros. É a hidrovia Tietê-Paraná.
· As bacias hidrográficas
brasileiras
Bacia do rio Amazonas (ou Amazônica): a maior bacia
hidrográfica do planeta. Drena 56% do território brasileiro (3,8 milhões de Km2)
e tem suas vertentes delimitadas pelos divisores de água da cordilheira dos
Andes, pelo planalto das Guianas e pelo planalto Central. Seu rio principal
nasce no córrego Apacheta, no Peru, onde o curso de água recebe ainda os nomes
de Lloqueta, Apurimac, Ene, Tambo e Ucayali; passa a ser denominado Solimões da
fronteira brasileira até o encontro com o rio negro e, a partir daí, recebe o
nome de Amazonas.
Bacia do rio Tocantins-Araguaia: esta bacia drena 11% do território nacional (922 mil km2) e possui
vazão média de cerca de 13 mil m3/s. No Bico do Papagaio, região que abrange
parte dos estados do Tocantins, do Pará e do Maranhão, o rio Tocantins recebe
seu principal afluente, o Araguaia, onde se encontra a maior ilha fluvial do
mundo, a do Bananal. O rio Tocantins é utilizado para escoar parte da produção
de grãos (principalmente soja) das regiões próximas a nele foi construída a
usina hidrelétrica de Tucuruí, a segunda maior do país (em 2010).
Bacias do Paraná, Paraguai e Uruguai: estas bacias drenam 16% do território brasileiro (1,4 milhão de km2)
e são subdivisões da bacia do rio da Prata (ou Platina), a segunda maior bacia
hidrográfica do planeta.
Aquífero Guarani – é a maior reserva subterrânea de água doce da América
do Sul e uma das maiores do mundo, constitui importante reserva estratégica
para abastecimento da população e desenvolvimento de atividades econômicas.
Esta imensa reserva já é intensamente utilizada para abastecimento público,
industrial e irrigação, entre outras finalidades, e está localizado numa região
de grande concentração populacional e intensa ocupação do solo. Sua conservação
demanda uma política de manejo e gestão ambiental adequados, caso contrário
suas águas subterrâneas correm sérios riscos de contaminação por uso
indiscriminado de agrotóxicos, dejetos de animais, esgoto e resíduos
industriais presentes nos rios da região e pelo lixo despejado em aterros
sanitários
Bacia do rio São Francisco: embora esta seja a menor das quatro grandes bacias hidrográficas
brasileiras, ela é responsável pela drenagem de 7,5% do território nacional
(639 km2). O rio São Francisco nasce na serra da Canastra, em Minas
Gerais, atravessa o sertão semiárido e desemboca no oceano Atlântico, entre os
estados de Sergipe e Alagoas.
Transposição do São Francisco – Denominado oficialmente Integração de
Bacias Hidrográficas, o projeto visa desviar parte das águas do São Francisco
para alimentar rios temporários e açudes por meio de 720 km de canais
construídos em dois eixos de transposição: o Norte e o Leste. A primeira etapa
compreende a revitalização das águas do São Francisco. As etapas posteriores
consistem na construção de canais, de estações elevatórias para transpor as
regiões de relevo mais elevado e de pequenas usinas hidrelétricas. As
críticas à transposição são numerosas: Primeiro, a revitalização da água do
rio é um processo complexo, que depende de modificações na rede de esgoto de
mais de 400 cidades que têm o rio como destino, da recuperação de mananciais e
matas ciliares e do dasassoreamento do rio, entre outras providências. Segundo,
é praticamente impossível prever o impacto ambiental, tanto nas regiões
doadoras como nas regiões receptoras de água. Por fim, alega-se que a
transposição não garantirá o acesso à água à maior parte da população sertaneja
mais carente, justamente a que deveria ser prioritariamente contemplada pelo
projeto.
Bacia do rio Parnaíba: drena 3,9% do
território nacional e é a segunda mais importante da região Nordeste. Como
parte desta bacia está localizada em região de clima semiárido, apresenta
pequena vazão média ao longo do ano. Possui afluentes temporários e perenes.
Bacias atlânticas ou costeiras: o Brasil possui cinco conjuntos, ou agrupamentos de rios, chamados
bacias hidrográficas do Atlântico: Nordeste Ocidental, Nordeste Oriental,
Leste, Sudeste e Sul. As bacias que compõem cada um desses conjuntos não
possuem ligação entre si; elas foram agrupadas por sua localização geográfica
ao longo do litoral. O rio principal de cada uma delas tem sua própria bacia
hidrográfica.
· Fontes
- Moreira, João Carlos, Eustáquio
de Sene – Geografia : volume um – São Paulo: Scipione, 2014.
- Vasentini, José Villian –
Georafia: O mundo em transição – Ensino Médio – São Paulo: Ática, 2010.
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