Col. Est. Dep. Manoel Mendonça
Prof.: Cássio Vladimir de Araújo
Série: 1°
Ano
Disciplina: História - 2017
Hebreus, fenícios e
persas
HEBREUS
- Origem do povo hebreu
Segundo a tradição, o povo hebreu tem sua origem no clã do
patriarca Abraão, que nasceu em Ur, sul da Mesopotâmia, por voltado século XX
a.C.
Abraão migrou para Canaã, a noroeste da Mesopotâmia, e seus
descendentes ali viveram até a terceira geração.
Quando uma grande seca gerou escassez de alimentos, Israel
(neto de Abraão) e seus descendentes partiram rumo ao Egito, onde permaneceram
por aproximadamente 400 anos. Em grande parte desse período, estiveram sob o
domínio dos faraós. No século XIII a.C., conduzidos por Moisés, os hebreus
saíram do Egito de volta a Canaã (posteriormente chamada Palestina). Esse
episódio ficou conhecido como êxodo.
- Fases do governo hebraico
1ª) Governo dos patriarcas, no qual as comunidades
tribais eram comandadas por chefes denominados patriarcas, venerados como
“pais” (Abrão, Moisés) da comunidade;
2ª) Governo dos
juízes, que exerciam o poder político, militar e religioso; comandavam de
forma enérgica o cumprimento dos costumes religiosos, mas não contavam com uma estrutura
administrativa regular;
3ª) Monarquia,
criada para centralizar o poder e organizar forças para enfrentar os
adversários.
- Principais
atividades econômicas
A
princípio, a principal atividade econômica era a criação de gado. Ao longo do
tempo, diante das dificuldades de fixação, o comércio também tornou-se
atividade fundamental.
- A unidade religiosa e política
A unidade entre os hebreus, seja ela política ou religiosa,
ocorreu em momentos em que havia dificuldades a serem superadas pela população.
A unidade religiosa dos hebreus ocorreu quando Moisés
recebeu os Dez Mandamentos no Monte Sinai. Essa unidade ocorreu quando o povo
hebreu migrava do Egito em direção a Canaã.
A unidade política ocorreu quando os hebreus formaram uma
monarquia quando foram chamados por Iavé a deslocar-se até Canaã. As lutas
contra os povos que também disputavam aquela região (como os filisteus e os
amonitas) levaram os hebreu a adotar a monarquia para centralizar o poder e
organizar forças para enfrentar seus adversários.
- A dispersão do povo hebreu
A dispersão do povo hebreu foi provocada pela invasão dos
romanos que destruíram o segundo Templo de Jerusalém.
A partir daí, os hebreus dispersaram-se pelo mundo. É a
chamada diáspora hebraica. Espalhados em pequenas comunidades, preservaram
elementos básicos de sua cultura (língua e religião) e alguns objetivos comuns,
como o retorno a sua terra.
- Manutenção da herança cultural
A história dos hebreus foi marcada por migrações,
perseguições, lutas, cativeiros, fugas e dispersão, contudo eles mantiveram sua
herança cultural devido à unidade lingüística e à manutenção de uma forte
tradição religiosa.
- Monoteísmo hebraico
Enquanto a maioria dos povos da Antiguidade era politeísta,
os hebreus eram monoteístas. Por meio da crença no deus único (Iavé) e supremo
(criador do universo, onipotente e onisciente), os hebreus edificaram o
judaísmo, cujos fundamentos foram assimilados na concepção do cristianismo e do
islamismo. Hoje, mais da metade da humanidade (dentre os quais 33% cristãos e
19% muçulmanos, aproximadamente) convive com o legado ético e cultural dos
hebreus.
- Nação sem estado
Depois da destruição da monarquia hebraica (domínio
babilônico) e da perda sucessiva de autonomia política (dominação persa,
macedônica, romana), grupos de hebreus dispersaram-se pelo mundo todo, mas
conseguiram manter identidade cultural e, sobretudo, religiosa, Por isso,
pode-se afirmar que, embora não possuíssem um Estado (criado só em 1948) eles
formavam uma nação.
FENÍCIOS
- Origem do povo fenício
Os fenícios eram um povo de origem semita, como os hebreus,
e já habitavam a estreita planície entre o mar Mediterrâneo e as montanhas do
Líbano desde o III milênio a.C. As condições desse local eram pouco favoráveis
a um desenvolvimento agrícola abundante, o que fez com que os fenícios se
dedicassem à navegação marítima.
- As cidades-estados fenícias
A Fenícia era formada por cidades autônomas (cidades-Estado),
isto é, cidades que tinham governo próprio, independente das demais, comandado
geralmente por um rei que governava com o apoio dos grupos sociais poderosos,
dentre os quais se destacavam os sacerdotes e os comerciantes.
- Navegação e comércio
O comércio marítimo era a principal atividade econômica dos
fenícios. Exportavam produtos artesanais fabricados em suas oficinas, como
artigos metalúrgicos (armas de bronze e de ferro, joias de ouro e de prata,
estátuas religiosas etc.) vidros coloridos e tinturas para tecidos. Importavam,
de várias regiões, marfim, metais, perfumes, pedras preciosas, cavalos e
cereais.
- Unificação política
As disputas político-econômicas por mercados enfraquecia o
poder das cidades-Estados fenícias, de modo que nenhuma delas se tornou
suficientemente forte para promover uma unificação política.
- O comércio e o alfabeto
O desenvolvimento da escrita alfabética entre os fenícios
esteve relacionado à necessidade de encontrar um meio mais prático para
auxiliar as transações comerciais com outros povos, principal atividade
econômica dos fenícios.
- A importância do alfabeto fenício para as
sociedades antigas
O alfabeto fenício permitiu que a escrita se tornasse, aos
poucos, um meio de comunicação acessível a um grupo cada vez maior de pessoas:
sacerdotes, estudiosos, funcionários etc. Composto de 22 sinais, foi
posteriormente aperfeiçoado pelos gregos. Do alfabeto fenício surgiram os
alfabetos gregos, latino, árabe, hebreu e indiano.
- A escrita e o poder
O domínio da escrita era prerrogativa de poucos nas
sociedades antigas e quem era alfabetizado ocupava um lugar privilegiado na
sociedade. Hoje em dia, embora existam políticas de ampliação e mesmo
universalização da alfabetização, o acesso à leitura e interpretação de textos escritos
ainda é reduzido, dada a existência de muitos analfabetos funcionais.
OS PERSAS
- Origem do povo persa
Por volta do século 1500., povos indo-europeus invadiram e
conquistaram o planalto do Irã, situado a sudeste da Mesopotâmia. Entre eles,
destacaram-se os medos e os persas.
Ao final do século VII a.C., os medos já tinham um Estado
organizado e dominavam os persas. Por volta de 550 a.C., comandados por Ciro,
os persas venceram a dominação dos medos e promoveram a unificação dos dois
povos, formando um império.
- A administração persa
O Império Persa era dividido em províncias, chamadas
satrapias, cada uma governada por um administrador – o sátrapa. Essa
organização administrativa foi adotada para que fosse possível cuidar de todos
os domínios da vasta extensão territorial do Império.
- Principal atividade econômica
A principal atividade econômica dos persas era a
agricultura. A expansão territorial impulsionou a atividade comercial e a
cunhagem de moedas.
- Os transportes e as comunicações
Buscando manter a unidade do império habitado por
diferentes povos, os persas aperfeiçoaram os transportes e as comunicações.
Grandes estradas foram construídas para ligar as principais cidades do império,
destacando-se a Estrada Real, entre Susa e Sardes, com cerca de 2.600 km de extensão. A
boa condição das estradas possibilitou um eficiente serviço de correios. Além
disso, adotaram o aramaico como língua para todos os documentos oficiais visando a unidade do império.
- O zoroastrismo
O Zoroastra pregava a existência de uma incessante luta
entre Ormuz, deus do bem, e Arimã, deus do mal.
O zoroastrismo se assemelha às três grandes religiões
monoteístas, sobretudo em termos éticos: a idéia de que o bem depende de opção
e ação dos seres humanos, que podem, por meio do culto e de rituais,
complementados por ações concretas, se associar à obra do princípio (do bem)
que criou o mundo. Contudo, nas três religiões mencionadas, a crença na
existência do mal não significa a aceitação da existência de uma segunda
divindade, como ocorre no zoroastrismo.
Até o final do século XX, o zoroastrismo tinha em todo o
mundo, cerca de 200 mil adeptos, dos quais a maior parte (60%) estava na Índia,
seguida por Irã, Estados Unidos e Paquistão.
COTRIM, Gilberto, História Global – Brasil e Geral, volume único, 8ª ed. São Paulo: Saraiva, 2005.
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