segunda-feira, 4 de setembro de 2017

ESTRUTURA GEOLÓGICA DO BRASIL E MINERAÇÃO - GEOGRAFIA 3° ANO

Colégio Est. Deputado Manoel Mendonça
Prof.:   Cássio Vladimir de Araújo 
Série:     3º Ano
Disciplina: Geografia – 2017

Estrutura Geológica e Mineração
·       Estrutura geológica da crosta terrestre
Nas terras emersas, a crosta terrestre é formada por três tipos de estruturas geológicas, caracterizadas pelos tipos de rochas predominantes, seu processo de formação e sua idade geológicas. Essas estruturas são os dobramentos modernos, os maciços antigos e as bacias sedimentares.
Os dobramentos modernos são trechos da crosta de formação recente compostos de rochas menos rígidas, situadas relativamente próximas às zonas de contato entre placas (zonas convergentes). Devido à pressão de uma placa sobre a outra, essa parte da crosta dobrou-se num processo lento e contínuo (orogênese), dando origem às cordilheiras. A parte convexa do dobramento é chamada de anticlinal e a parte côncava, de sinclinal.
Os maciços antigos, também chamados escudos cristalinos, são os terrenos mais antigos da crosta terrestre. Datam da era Pré-Cambriana (Arqueozoica e Proterozoica) e são constituídos basicamente por rochas magmáticas e metamórficas. Nos maciços que se formaram na era Proterozoica apareceram as jazidas de minerais metálicos, como ferro, ouro, manganês, prata, cobre, alumínio e estanho.
Epirogênese corresponde ao movimento vertical que ocorre em regiões afastadas das zonas de contato entre as placas e, consequentemente, em áreas de rochas mais sólidas e estáveis. Após o movimento epirogenético, os blocos da litosfera são deslocados, para cima ou para baixo, formando o graben (forma de vale alongado e fundo) resultando um afundamento de um bloco e os horst que são os blocos mais elevados.
As bacias sedimentares começaram a se formar a partir da era Paleozoica. Resultam da acumulação de sedimentos provenientes do desgaste das rochas, de organismos vegetais, animais ou de camadas de lava vulcânica solidificada. Podem ser formadas por sedimentos de origem continental ou marinha e conter grande quantidade de material fossilizado em suas diversas camadas. Nessas estruturas se formam importantes recursos minerais energéticos, como o petróleo, o gás natural e o carvão mineral.
·       Estrutura geológica do Brasil
A estrutura geológica do Brasil compõe-se de maciços (escudos) antigos e bacias sedimentares, não ocorrendo a existência de dobramentos modernos. Na porção meridional do país, a bacia do Paraná é formada por sedimentos de arenito e rochas vulcânicas basálticas (da era Mesozoica). A decomposição das rochas basálticas deu origem ao solo terra roxa, fértil e rico em ferro.
·       Principais maciços, dobramentos antigos e bacias sedimentares do território brasileiro
Na região Norte e Centro-Oeste podemos encontrar o Escudo das Guianas, a Bacia Amazônica, o Escudo do Brasil Central, a Bacia do Pantanal e o Dobramento de Brasília ou Araguaio-Tocantins.
Na região Nordeste podemos encontrar a Bacia do Maranhão ou do Parnaíba, o Dobramento do Nordeste, a Bacia do São Francisco e o Escudo do São Francisco.
Nas regiões Sudeste e Sul podemos encontrar o Dobramento Atlântico e a Bacia do Paraná.
·       Vulcanismo e atividades tectônicas no Brasil
O território brasileiro está distante de zonas de instabilidade tectônica – a mais próxima fica junto ao oceano Pacífico, nos países andinos – e localiza-se ao centro da placa Sul-Americana. Nessa posição geográfica e no atual contexto da evolução geológica do planeta Terra, está livre de vulcanismo, atividade frequente, no que corresponde ao atual território do Brasil, em eras geológicas passadas.
Diversos tremores de terra já foram detectados em alguns estados brasileiros, mas sem ocorrência de tragédias, como as que fazem parte da história de países como a Colômbia, o Chile ou o Peru, situados próximos às regiões onde ocorre o choque entre a placa Sul-Americana e a de Nazca.
·       O Brasil como produtor mundial de minério
O Brasil é um dos grandes produtores mundiais de minérios. Os países que contam com recursos comparáveis aos brasileiros têm, também, grande dimensão territorial, como Estados Unidos, Canadá, Austrália, Rússia e China.
As principais reservas brasileiras localizam sé nos maciços antigos (escudos cristalinos) e, por essa razão, tem evidência a extração dos minérios metálicos, os que mais contribuem para a balança comercial do país. Nas bacias sedimentares são explorados, entre outros, o petróleo, o carvão mineral e o calcário, este último utilizado para a produção de cimento.
·       As jazidas minerais brasileiras
As jazidas minerais brasileiras estão distribuídas nas diferentes regiões do Brasil. No entanto, em alguns estados a produção mineral se destaca: Pará e Minas Gerais – ferro, manganês, cobre e alumínio; Rio Grande do Norte – sal; Rio de Janeiro, Espírito Santo, Rio Grande do Norte e Bahia – petróleo; Estados da região Sul do Brasil – carvão mineral; Rondônia e Amazonas – estanho; Bahia – cobre; Vários estados da Amazônia brasileira – ouro.
·       O ferro em Minas Gerais
O grande centro de extração mineral de Minas Gerais é o Quadrilátero Ferrífero, formando por um conjunto de cidades com tradição histórica nesse tipo de produção. Em Minas Gerais se desenvolveu a economia dominante do Brasil no século XVIII, com a descoberta de ouro e diamante. As reservas de minerais raros foram exauridas, mas as jazidas de ferro e de manganês alimentam hoje o parque metalúrgico do estado, o mais importante do Brasil.
A produção de ferro e manganês do estado abastece as mineradoras de Minas, Rio de Janeiro e São Paulo. Uma parte da produção é escoada para exportação pela Estrada de Ferro Vítória-Minas até o Porto de Tubarão (ES).
·       Novas descobertas de petróleo
Novas descobertas de petróleo, ocorridas entre os anos de 2007 e 2008, acenam para um cenário de participação expressiva do Brasil no mercado internacional.
Ele é encontrado principalmente nos estados de Rio de Janeiro, Espírito Santo, Rio Grande do Norte e Bahia.
·       Exploração mineral e problemas ambientais
As jazidas minerais, de fundamental importância para o abastecimento de matérias-primas industriais, são recursos naturais não renováveis. Assim, se não forem exploradas de forma racional, poderão não estar disponíveis para as gerações futuras. Esse, no entanto, é apenas um dos problemas da atividade mineradora.
A mineração é responsável por grandes danos ambientais. A paisagem é alterada de diversas formas: escavações necessárias para a retirada dos minérios; instalação de equipamentos e sistemas de transporte; retirada da vegetação; poluição das águas dos rios e do lençol freático por produtos químicos tóxicos usados no processo de extração; contaminação do solo por óleos e graxas utilizados nos maquinários e nos veículos. Os rejeitos da extração geralmente são empilhados nas proximidades, podendo ampliar a área de vegetação devastada e provocar o assoreamento de rios ao serem transportados pela chuva ou pelo vento.
·       A reciclagem de metais
A reciclagem ameniza os custos econômicos e os danos ambientais das diferentes etapas da mineração, desde a extração até a redução do minério a metal: “os metais representam apenas uma fração do minério que os contenha, que por sua vez representa uma fração da terra que tem que ser escavada para extrair o minério (400 para 1 no caso do cobre e 5 milhões para 1 no caso do ouro). É uma imensa quantidade de terra para as empresas de mineração limparem”
O reaproveitamento dos metais descartados no lixo ou recolhidos em ferros-velhos, conhecidos como sucata, elimina o processo de redução, reduz o consumo de energia e não altera a qualidade final do produto. Calcula-se que 40% do aço consumido no mundo são produzidos com a reciclagem de metais ferrosos.
Fonte Bibliográfica

LUCCI, Elian Alabi, BRANCO, Anselmo Lázaro, MENDONÇA, Claudio. Território e Sociedade no mundo globalizado: Geografia, Ensino Médio, volume 1: 1.ed. São Paulo: Saraiva, 2010.

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