Col. Est. Dep. Manoel Mendonça
Prof.: Cássio Vladimir de Araújo
Série: 1°
Ano
Disciplina: Sociologia – 2017
A
CRÍTICA DA SOCIEDADE CAPITALISTA
·
Karl Marx
O alemão, filósofo e economista Karl
Marx (1818-1883), foi um dos responsáveis, se não o maior deles, em promover
uma discussão crítica da sociedade capitalista que se consolidava, bem como da
origem dos problemas sociais que este tipo de organização social originou.
Para ele “a história de todas as
sociedades tem sido a história da luta de classe”. A burguesia versus
proletariado.
A teoria marxista também procura
explicar a evolução das relações econômicas nas sociedades humanas ao longo do
processo histórico. Haveria, segundo a concepção marxista, uma permanente luta
de classes, como deixa bem claro a primeira frase do primeiro capítulo d’ O
Manifesto Comunista: A história de toda sociedade no passado é a história da
luta de classes. Classes essas que, para Engels são “os produtos das relações
econômicas de sua época”. Assim, apesar das diversidades aparentes, escravidão,
servidão e Capitalismo seriam essencialmente etapas sucessivas de um processo
único.
A base da sociedade é a produção
econômica. Sobre esta base econômica se ergue uma superestrutura, um estado e
as ideais econômicas, sociais, políticas, morais, filosóficas e artísticas.
Marx queria a inversão da pirâmide social, ou seja, pondo no poder a maioria,
os proletários, que queria a única força capaz de destruir a sociedade
capitalista e construir uma nova sociedade, socialista.
·
Ideologia da classe dominante
Para Marx os trabalhadores estariam
dominados pela ideologia da classe dominante, ou seja, as ideias que a
burguesia espalha. O Capitalismo seria atingido por crise econômicas porque ele
se tornou o impedimento para o desenvolvimento das forças produtivas. Seria um
absurdo que a humanidade inteira dedicasse a trabalhar e a produzir subordinada
a um punhado de grandes empresários. A economia do futuro que associaria todos
os homens e povos do planeta, só poderia ser uma produção controlada por todos
os homens e povos. Para Marx, quanto mais o mundo se unifica economicamente
mais ele necessita do socialismo.
·
O Socialismo e o partido político
Não basta existir uma crise econômica
para que haja uma revolução. O que é decisivo são as ações das classes sociais
que, para Marx e Engels, em todas as sociedades em que a propriedade é privada
existem lutas de classes (senhores x escravos, nobres feudais x servos,
burgueses x proletariados). A luta do proletariado do Capitalismo não deveria
se limitar à luta dos sindicatos por melhores salários e condições de vida. Ela
deveria também ser a luta ideológica para que o Socialismo fosse conhecido
pelos trabalhadores e assumido como luta política pela tomada do poder. Neste
campo, o proletariado deveria contar com uma arma fundamental, o partido
político, o partido político revolucionário que tivesse uma estrutura
democrática e que buscasse educar os trabalhadores e leva-los a se organizar
para tomar o poder por meio de uma revolução socialista.
·
Capitalismo, injustiça social e a
mais-valia
Marx tentou demonstrar que no
Capitalismo sempre haveria injustiça social, e que o único jeito de uma pessoa
ficar rica e ampliar sua fortuna seria explorando os trabalhadores, ou seja, o
Capitalismo, de acordo com Marx é selvagem, pois o operário produz mais para o
seu patrão do que o seu próprio custo para a sociedade, e o capitalismo se
apresenta necessariamente como um regime econômico de exploração, sendo a
mais-valia a lei fundamental do sistema.
A força vendida pelo operário ao patrão
vai se utilizada não durante 6 horas, mas durante 8, 10, 12 ou mais horas. A
mais-valia é constituída pela diferença entre o preço pelo qual o empresário
compra a força de trabalho (6 horas) e o preço pelo qual ele vende o resultado
(10 horas, por exemplo). Desse modo, quanto menor o preço pago ao operário e
quanto maior a duração da jornada de trabalho, tanto maior o lucro empresarial.
Veja um exemplo. Quantos sofás por mês um
trabalhador pode fazer? Vamos imaginar que sejam 15 sofás, os quais
multiplicados a um preço de venda de R$ 300,00 daria o total de R$ 4.500,00.
E quanto ganha um trabalhador numa
fábrica? Imagine que seja uns R$ 1.000,00, para sermos mais ou menos generosos.
Bem, os R$ 4.500,00 da venda dos sofás,
menos o valor do salário do trabalhador, menos a matéria-prima e impostos
(imaginemos R$ 1.000,000) resulta numa acumulação de R$ 2.500,00 para o dono da
fábrica.
Esse lucro Marx chama de mais-valia,
pois é um excedente que sai da força do trabalhador. Veja, se os meios de
produção pertencessem a ele, o seu salário seria de R$ 3.500,00 e não apenas R$
1.000,00.
Então podemos dizer que o trabalhador
está sendo roubado? Não podemos dizer isso, pois o que aqui exemplificamos é
consequência da existência da propriedade privada e de os meios de produção nas
mãos de uma classe: a burguesia.
No Capitalismo moderno, com a redução
progressiva da jornada de trabalho, o lucro empresarial seria sustentado
através do que se denomina mais-valia relativa (em oposição à primeira forma,
chamada de mais-valia absoluta), que consiste em aumentar a produtividade do
trabalho, através da racionalização e aperfeiçoamento tecnológico, mas ainda
assina não deixa de ser o sistema semiescravista, pois “o operário cada vez se
empobrece mais quando produz mais riquezas”, o que faz com que ele “se torne
uma mercadoria mais vil do que as mercadorias por ele criadas”.
·
A alienação do trabalhador
Assim, quanto mais o mundo das coisas
aumenta de valor, mais o mundo dos homens se desvaloriza. Ocorre então a alienação,
já que todo trabalho é alienado, na medida em que se manifesta como produção de
um objeto que é alheio ao sujeito criador. O raciocino de Marx é muito simples.
Ao criar algo fora de si, o operário se nega no objeto criado.
Segundo Marx, a burguesia tomou posse
dos meios de produção, enriqueceu e também obteve o controle do Estado
(controle político), o qual acabou transformando-se numa espécie de “escritório
burguês”, criando leis para proteger a propriedade privada (particular) e
manter-se no poder, bem como difundindo sua ideologia de classe, isto é, os
seus valores de interpretação do mundo.
Marx se empenhava em produzir escritos
que ajudasse a classe proletária a organizar-se e assim sair de sua condição de
alienação.
Alienado, segundo Marx, seria o homem
que não tem o controle sobre o seu próprio trabalho, em termos de tempo e em
termos daquilo que é produzido, coisa que o Capitalismo faz em larga escala,
pois o tempo do trabalhador e o produto (mercadoria) pertencem a burguesia, bem
como o lucro.
Para entender a sociedade, por Marx,
devemos partir do entendimento de que as coisas materiais fazem a sociedade
acontecer. De outra maneira, seria dizer que tudo o que acontece na sociedade
tem ligação com a economia e que ela se transforma na mesma medida em que as
formas de produção também se transformam. Por exemplo, com a consolidação do
sistema capitalista, toda a sociedade teve que organizar-se de acordo com os
novos moldes econômicos.
Marx também via o homem como aquele que
pode transformar a sociedade fazendo sua história mas enfatiza que nem sempre
ele o faz como deseja, pois as heranças da estrutura social influenciam-no.
Assim sendo. Não é unicamente o homem quem faz a história da sociedade, pois a
história da sociedade também constrói o homem, numa relação recíproca.
Vamos tentar explicar melhor. As
condições em que se encontram a sociedade vão dizer até que ponto o homem pode
construir a sua história. Por essa lógica podemos pensar que a classe
dominante, a burguesia, tem maiores oportunidade de fazer sua história como
deseja, pois tem o poder econômico e político nas mãos, ao contrário da classe
proletária que, por causa da estrutura social, está desprovida de vários
direitos. Para modificar essa situação somente uma revolução. Assumir o controle
dos meios de produção e tomar o poder político e econômico da burguesia.
Para Marx, a classe trabalhadora deveria
organizar-se politicamente, isto é, conscientizar-se de sua condição de
explorada e dominada por meio do trabalho e transformar a sociedade capitalista
em socialista por intermédio da revolução.
PENA, Marcelo, Pré-Universitário: filosofia &
Sociologia, anual, volume único – Fortaleza: FB Editora, 2014.
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