segunda-feira, 11 de setembro de 2017

MARX E A CRÍTICA DA SOCIEDADE CAPITALISTA - SOCIOLOGIA 1° ANO

Col. Est. Dep. Manoel Mendonça
Prof.: Cássio Vladimir de Araújo 
Série:    1° Ano 
Disciplina:   Sociologia – 2017

A CRÍTICA DA SOCIEDADE CAPITALISTA
·       Karl Marx
O alemão, filósofo e economista Karl Marx (1818-1883), foi um dos responsáveis, se não o maior deles, em promover uma discussão crítica da sociedade capitalista que se consolidava, bem como da origem dos problemas sociais que este tipo de organização social originou.
Para ele “a história de todas as sociedades tem sido a história da luta de classe”. A burguesia versus proletariado.
A teoria marxista também procura explicar a evolução das relações econômicas nas sociedades humanas ao longo do processo histórico. Haveria, segundo a concepção marxista, uma permanente luta de classes, como deixa bem claro a primeira frase do primeiro capítulo d’ O Manifesto Comunista: A história de toda sociedade no passado é a história da luta de classes. Classes essas que, para Engels são “os produtos das relações econômicas de sua época”. Assim, apesar das diversidades aparentes, escravidão, servidão e Capitalismo seriam essencialmente etapas sucessivas de um processo único.
A base da sociedade é a produção econômica. Sobre esta base econômica se ergue uma superestrutura, um estado e as ideais econômicas, sociais, políticas, morais, filosóficas e artísticas. Marx queria a inversão da pirâmide social, ou seja, pondo no poder a maioria, os proletários, que queria a única força capaz de destruir a sociedade capitalista e construir uma nova sociedade, socialista.

·       Ideologia da classe dominante
Para Marx os trabalhadores estariam dominados pela ideologia da classe dominante, ou seja, as ideias que a burguesia espalha. O Capitalismo seria atingido por crise econômicas porque ele se tornou o impedimento para o desenvolvimento das forças produtivas. Seria um absurdo que a humanidade inteira dedicasse a trabalhar e a produzir subordinada a um punhado de grandes empresários. A economia do futuro que associaria todos os homens e povos do planeta, só poderia ser uma produção controlada por todos os homens e povos. Para Marx, quanto mais o mundo se unifica economicamente mais ele necessita do socialismo.
·       O Socialismo e o partido político
Não basta existir uma crise econômica para que haja uma revolução. O que é decisivo são as ações das classes sociais que, para Marx e Engels, em todas as sociedades em que a propriedade é privada existem lutas de classes (senhores x escravos, nobres feudais x servos, burgueses x proletariados). A luta do proletariado do Capitalismo não deveria se limitar à luta dos sindicatos por melhores salários e condições de vida. Ela deveria também ser a luta ideológica para que o Socialismo fosse conhecido pelos trabalhadores e assumido como luta política pela tomada do poder. Neste campo, o proletariado deveria contar com uma arma fundamental, o partido político, o partido político revolucionário que tivesse uma estrutura democrática e que buscasse educar os trabalhadores e leva-los a se organizar para tomar o poder por meio de uma revolução socialista.
·       Capitalismo, injustiça social e a mais-valia
Marx tentou demonstrar que no Capitalismo sempre haveria injustiça social, e que o único jeito de uma pessoa ficar rica e ampliar sua fortuna seria explorando os trabalhadores, ou seja, o Capitalismo, de acordo com Marx é selvagem, pois o operário produz mais para o seu patrão do que o seu próprio custo para a sociedade, e o capitalismo se apresenta necessariamente como um regime econômico de exploração, sendo a mais-valia a lei fundamental do sistema.
A força vendida pelo operário ao patrão vai se utilizada não durante 6 horas, mas durante 8, 10, 12 ou mais horas. A mais-valia é constituída pela diferença entre o preço pelo qual o empresário compra a força de trabalho (6 horas) e o preço pelo qual ele vende o resultado (10 horas, por exemplo). Desse modo, quanto menor o preço pago ao operário e quanto maior a duração da jornada de trabalho, tanto maior o lucro empresarial.
 Veja um exemplo. Quantos sofás por mês um trabalhador pode fazer? Vamos imaginar que sejam 15 sofás, os quais multiplicados a um preço de venda de R$ 300,00 daria o total de R$ 4.500,00.
E quanto ganha um trabalhador numa fábrica? Imagine que seja uns R$ 1.000,00, para sermos mais ou menos generosos.
Bem, os R$ 4.500,00 da venda dos sofás, menos o valor do salário do trabalhador, menos a matéria-prima e impostos (imaginemos R$ 1.000,000) resulta numa acumulação de R$ 2.500,00 para o dono da fábrica.
Esse lucro Marx chama de mais-valia, pois é um excedente que sai da força do trabalhador. Veja, se os meios de produção pertencessem a ele, o seu salário seria de R$ 3.500,00 e não apenas R$ 1.000,00.
Então podemos dizer que o trabalhador está sendo roubado? Não podemos dizer isso, pois o que aqui exemplificamos é consequência da existência da propriedade privada e de os meios de produção nas mãos de uma classe: a burguesia.
No Capitalismo moderno, com a redução progressiva da jornada de trabalho, o lucro empresarial seria sustentado através do que se denomina mais-valia relativa (em oposição à primeira forma, chamada de mais-valia absoluta), que consiste em aumentar a produtividade do trabalho, através da racionalização e aperfeiçoamento tecnológico, mas ainda assina não deixa de ser o sistema semiescravista, pois “o operário cada vez se empobrece mais quando produz mais riquezas”, o que faz com que ele “se torne uma mercadoria mais vil do que as mercadorias por ele criadas”.

·       A alienação do trabalhador
Assim, quanto mais o mundo das coisas aumenta de valor, mais o mundo dos homens se desvaloriza. Ocorre então a alienação, já que todo trabalho é alienado, na medida em que se manifesta como produção de um objeto que é alheio ao sujeito criador. O raciocino de Marx é muito simples. Ao criar algo fora de si, o operário se nega no objeto criado.
Segundo Marx, a burguesia tomou posse dos meios de produção, enriqueceu e também obteve o controle do Estado (controle político), o qual acabou transformando-se numa espécie de “escritório burguês”, criando leis para proteger a propriedade privada (particular) e manter-se no poder, bem como difundindo sua ideologia de classe, isto é, os seus valores de interpretação do mundo.
Marx se empenhava em produzir escritos que ajudasse a classe proletária a organizar-se e assim sair de sua condição de alienação.
Alienado, segundo Marx, seria o homem que não tem o controle sobre o seu próprio trabalho, em termos de tempo e em termos daquilo que é produzido, coisa que o Capitalismo faz em larga escala, pois o tempo do trabalhador e o produto (mercadoria) pertencem a burguesia, bem como o lucro.
Para entender a sociedade, por Marx, devemos partir do entendimento de que as coisas materiais fazem a sociedade acontecer. De outra maneira, seria dizer que tudo o que acontece na sociedade tem ligação com a economia e que ela se transforma na mesma medida em que as formas de produção também se transformam. Por exemplo, com a consolidação do sistema capitalista, toda a sociedade teve que organizar-se de acordo com os novos moldes econômicos.
Marx também via o homem como aquele que pode transformar a sociedade fazendo sua história mas enfatiza que nem sempre ele o faz como deseja, pois as heranças da estrutura social influenciam-no. Assim sendo. Não é unicamente o homem quem faz a história da sociedade, pois a história da sociedade também constrói o homem, numa relação recíproca.
Vamos tentar explicar melhor. As condições em que se encontram a sociedade vão dizer até que ponto o homem pode construir a sua história. Por essa lógica podemos pensar que a classe dominante, a burguesia, tem maiores oportunidade de fazer sua história como deseja, pois tem o poder econômico e político nas mãos, ao contrário da classe proletária que, por causa da estrutura social, está desprovida de vários direitos. Para modificar essa situação somente uma revolução. Assumir o controle dos meios de produção e tomar o poder político e econômico da burguesia.
Para Marx, a classe trabalhadora deveria organizar-se politicamente, isto é, conscientizar-se de sua condição de explorada e dominada por meio do trabalho e transformar a sociedade capitalista em socialista por intermédio da revolução.


Fonte Bibliográfica:


PENA, Marcelo, Pré-Universitário: filosofia & Sociologia, anual, volume único – Fortaleza: FB Editora, 2014.

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