Col. Est. Dep. Manoel Mendonça
Prof.: Cássio Vladimir de Araújo
Série: 2°
Ano
Disciplina: História –
2017
ERA
NAPOLEÔNICA
· Domínio
francês na Europa
Após o golpe de Estado de 18 Brumário,
que marcou o final do processo revolucionário na França, a situação pareceu
apaziguar-se.
Nesse contexto histórico, emergiu a
figura de Napoleão Bonaparte, que em pouco tempo se tornou personagem relevante
na vida pública francesa e mundial. Com sua habilidade de estrategista e seu
talento para empolgar os soldados conquistou o poder na França e governou o
país por aproximadamente 15 anos. Nesse período, comandou o processo que
resultou na conquista de boa parte da Europa pelas forças armadas francesas.
O período de governo de Napoleão
constituiu a denominada Era Napoleônica. De acordo com historiadores, esse
período pode ser dividido em três momentos principais:
> Consulado (1799-1804);
> Império (1804-1814);
> Governo dos Cem Dias (1815).
· Consulado
Durante o Consulado, o governo procurou
promover a recuperação econômica e a reorganização política e administrativa do
país. As principais realizações nesse sentido foram: centralização
administrativa; criação do Banco da França, responsável pelo controle da
emissão de moeda (o que permitiu a diminuição da inflação e, por meio de
tarifas protecionistas e do estímulo à produção e ao consumo interno, o
fortalecimento do comércio e da indústria); reorganização do ensino, voltado
para o desenvolvimento do cidadão; elaboração do Código Civil, conhecido como
Código Napoleônico; estabelecimento de um acordo com a Igreja Católica – a
Concordata -, pelo qual o papa aceitava o confisco das propriedades da Igreja
pelo Estado francês em troca do apoio do governo ao clero.
· Império
Napoleão e o grupo que lhe dava apoio
político resolveram, então, mobilizar a opinião pública para a implantação
definitiva da monarquia hereditária.
Com o apoio das altas elites francesas,
foi proclamado cônsul vitalício em 1802, com direito a indicar seu sucessor.
Depois, em plebiscito realizado em 1804, quase 60% dos votantes confirmaram o
restabelecimento do regime monárquico e a indicação de Napoleão para ocupar o
trono francês com o título de imperador.
· Política
expansionista
Como imperador e comandante das Forças
armadas, Napoleão liderou uma série de guerra para expandir o domínio da
França. O exército francês tornou-se o mais poderoso da Europa, fortalecido em
armas, soldados e munições.
Por volta de 1812, o Império Francês (ou
Napoleônico) atingiu sua máxima extensão, dominando quase toda a Europa
ocidental e boa parte da oriental.
· Reação
ao expansionismo francês
Na Europa daquele período, governantes e
sociedades reagiram, por motivos variados, ao expansionismo francês. Os
ingleses, por exemplo, perceberam que o fortalecimento militar e econômico da
França constituía grave ameaça a seu país. Outros governantes europeus, de
cunho absolutista, temiam a propagação de ideias originárias da Revolução
Francesa.
Essas forças políticas empenharam-se em
formar coligações internacionais contra os franceses e seu expansionismo. Entre
as nações que participaram dessas coligações estavam Inglaterra, Áustria,
Prússia e Rússia.
· Bloqueio
Continental
O Bloqueio Continental foi uma imposição
de Napoleão, decretada em 1806, pela qual todos os países do continente europeu
teriam de fechar seus portos ao comércio inglês. Os objetivos dessa medida
eram: enfraquecer a economia inglesa, provocando uma crise na indústria do
país, e beneficiar os produtores franceses, que, sem a concorrência inglesa,
poderiam ampliar a venda de seus produtos para a Europa e para o mundo.
· Resultados
negativos da política expansionista
Internamente, a política expansionista
começou a ser contestada por milhares de pessoas que lamentavam a morte de seus
familiares nos campos de batalha. Externamente, as invasões napoleônicas
despertaram a reação nacionalista dos povos conquistados. Além disso, o
Bloqueio Continental não surtiu o efeito desejado: como a indústria francesa
não tinha condições de abastecer todos os mercados da Europa, e economia da
maior parte dos países sob influência da França era basicamente agrícola,
dependente dos produtos industrializados da Inglaterra, estimulou-se o
contrabando, o que significou a ruptura do bloqueio comercial decretado, como
foi o caso da Rússia.
· Derrota
e inverno russo
Em represália à decisão do czar Alexandre
I de abandonar o bloqueio, o governo francês decidiu invadir a Rússia, em 1812.
Para isso, preparou um exército poderoso do qual faziam parte aproximadamente
600 mil homens e 180 mil cavalos.
Mas apesar desse contingente, o exército
francês foi derrotado. A derrota deu-se por motivos militares e geográficos. Os
generais franceses conduziam seus exércitos pelo imenso território russo,
enquanto as tropas czaristas fugiam incendiando as plantações e tudo o que
pudesse ser útil aos invasores. As tropas francesas chegaram a Moscou
desgastadas pela escassez de alimentos, pelo rigoroso inverno e pela reação do
exército russo e tiveram de fazer uma retirada dramática, da qual a maioria dos
seus soldados foi morta.
· O
Governo dos Cem Dias
Foi o último período de permanência de
Napoleão no poder. Fugindo da ilha de Elba, para onde fora enviado depois da
derrota diante o exército formado por ingleses, austríacos, russos e
prussianos, Napoleão foi recebido como herói em Paris e reinstalou-se no poder,
obrigando a família real a fugir. Mas sua permanência à frente do governo
francês durou apenas cem dias: a coligação europeia se reorganizou, derrotando
Napoleão e suas tropas, definitivamente, na Batalha de Waterloo, em 18 de junho
de 1815. No mesmo ano, Luís XVIII foi reconduzido ao trono francês. Preso pelos
ingleses, Napoleão foi exilado na ilha de Santa Helena, no Atlântico sul, onde
permaneceu até a morte, em 1821.
· O
Congresso de Viena
O Congresso de Viena (1814-1815) foi uma
organização formada pelos países vencedores na guerra contra o exército de
Napoleão (principalmente Áustria, Inglaterra, Rússia, Prússia e França), para
restabelecer a antiga divisão política do continente europeu.
· As
principais diretrizes do Congresso de Viena
As principais diretrizes nele firmadas
foram: restauração, isto é, retorno à situação política europeia de 1792;
legitimidade, determinando a devolução do governo a cada país aos herdeiros das
antigas monarquias absolutistas; solidariedade, expressa na aliança política
entre as monarquias europeias, para reprimir a onda liberal e democrática
deflagrada pela Revolução e ampliada pelas conquistas napoleônicas.
· A
Santa Aliança
A Santa Aliança foi uma aliança formada
entre monarquias europeias tradicionais e cristãs (Rússia, Prússia e Áustria),
buscando colocar em prática a política de solidariedade estabelecida no
Congresso de Viena. Teve como objetivos a mútua defesa das monarquias que a
integravam, a contenção de movimentos nacionalistas na Europa e a repressão dos
movimentos emancipacionistas de colônias americanas em relação a suas
metrópoles europeias.
· A
não participação da Inglaterra na Santa Aliança
A Inglaterra não participou da Santa
Aliança porque ela promovia, nesta época, a industrialização de sua economia,
sendo de seu interesse ampliar os mercados consumidores de seus produtos
industriais. Para tanto, necessitava de mercados livres, razão pela qual
defendia o liberalismo, opondo-se, portanto, aos objetivos da Santa Aliança.
· A
impossibilidade de restauração das monarquias absolutistas do século XIX
Não foi possível restaurar as monarquias
absolutistas do século XIX, porque, a partir de 1825, a Santa Aliança e o
sistema conservador europeu começaram a enfraquecer. Revoluções liberais e
nacionalistas irromperam em várias regiões da Europa, e as grandes potências
conservadoras começaram a enfrentar divergências entre si.
Fonte
Bibliográfica:COTRIM, Gilberto, História Global – Brasil e Geral, volume único, 8ª ed. São Paulo: Saraiva, 2005.
COTRIM,
Gilberto. História Global - Brasil e
Geral: 2ª ed. São Paulo: Saraiva, 2013.
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