Col. Est. Dep. Manoel Mendonça
Prof.: Cássio Vladimir de Araújo
Série: 3°
Ano
Disciplina: História - 2017
NOVA ORDEM E GUERRA FRIA
NOVA ORDEM
· Divisão da Alemanha e
construção do Muro de Berlim
Depois da derrota na Segunda Guerra Mundial, a Alemanha
foi dividida em dois países: República Federal Alemã (Alemanha Ocidental), com
capital em Bonn, sob influência dos Estados Unidos; e República Democrática
Alemã (Alemanha Oriental), com capital em Berlim, sob influência soviética.
Berlim também acabou sendo dividida em duas. A parte ocidental da cidade de
Berlim, contando com apoio financeiro dos Estados Unidos, foi rapidamente
reconstruída e prosperou economicamente; de 1952 a 1961, cerca de 2,5 milhões
de alemães orientais para lá migraram em busca de melhores condições de vida.
Para bloquear esse movimento, o governo da Alemanha Oriental construiu, na
noite de 13 de agosto de 1961, uma imensa cerca, posteriormente transformada em
muro de concreto, reforçado por torres de vigilância, alambrados e zonas
minadas.
· A reunificação da
Alemanha
A divisão da Alemanha havia sido, desde o
início, uma imposição externa, contrariando a vontade da maioria dos alemães.
Quando começaram as mudanças no governo soviético, a partir de 1985, o regime
político da Alemanha Oriental também entrou num rápido processo de reformas
liberalizantes, culminando com a abertura das fronteiras com a Alemanha
Ocidental e a derrubada do Muro de Berlim, em 1989. Processou-se, então, a
reunificação das duas Alemanhas, concluída em 3 de outubro de 1990, e a
constituição de um só país, a República Federal Alemã (RFA).
· A criação da ONU
A ONU (Organização das Nações Unidas) foi
criada com os objetivos de garantir a manutenção da paz e da segurança
internacionais, o desenvolvimento de relações amistosas entre as nações e o
estímulo à cooperação entre os países na busca de soluções para problemas
internacionais de caráter econômico, social, cultural e humanitário, promovendo
o respeito aos direitos humanos. É estruturada em diversos órgãos, entre
eles: Assembleia Geral, composta de
todas as nações-membros; Conselho de Segurança, composto de 15 países-membros,
dos quais cinco são permanentes e têm poder de vetar resoluções (Estados
Unidos, França, Reino Unido, República Popular de China e Rússia); Corte
Internacional de Justiça, órgão encarregado de decidir questões jurídicas
internacionais; e Secretariado, encarregado da administração da própria ONU,
chefiado por um secretário-geral.
GUERRA FRIA
· A expressão “Guerra
Fria”
Foi um período de graves tensões políticas entre Estados
Unidos e União Soviética, que disputavam áreas de influência em várias regiões
do mundo, principalmente nos países do Terceiro Mundo. A Guerra Fria
caracterizou-se pela extrema rivalidade política, ideológica, militar e econômica
entre as duas grandes potências mundiais, cujos governantes se acusavam
mutuamente de pretender dominar o mundo.
A Guerra Fria estendeu-se de 1947, com a
elaboração do Plano Marshal e da Doutrina Truman, até 1989, com a queda do Muro
de Berlim.
· Plano Marshall e Doutrina Truman
O Plano Marshall, idealizado em 1947 pelo então
secretário de Estado norte-americano George C. Marshall, consistiu na
canalização de bilhões de dólares (em torno de U$ 12 bilhões entre 1948 e 1952)
aos aliados da Europa ocidental. Visava recuperar a economia desses países, que
fora devastada pela Segunda Guerra, consolidando a hegemonia norte-americana no
bloco ocidental e garantindo fluxo de produtos e capitais de suas empresas
nesses mercados. Além desse interesse econômico, propriamente dito, o plano
converteu-se, ao consolidar as economias capitalistas, num sustentáculo da
doutrina Truman (presidente norte-americano Henry Truman), que visava conter a
expansão da influência soviética na Europa Ocidental, criando alianças militares,
como a Organização do Tratado do Atlântico Norte (Otan), para isolá-la.
Em 1949, como resposta, os soviéticos lançaram
seu próprio programa de ajuda econômica para o Leste Europeu. Denominado
Conselho para Assistência Econômica Mútua, o plano ficou conhecido como Comecon.
· Conflito Leste X Oeste
O conflito Leste X Oeste tinha uma forte
conotação geopolítica e ideológica durante a Guerra Fria. Opunha as duas
superpotências e seus respectivos sistemas sociais, econômicos e políticos,
definindo as zonas de influência da União Soviética, socialista com regime de
partido único, e dos Estados Unidos, capitalista com regime democrático.
· Símbolos da ordem mundial do período da Guerra Fria
A Alemanha dividida, O Muro de Berlim, a
bipolarização militar, muito nítida na Europa separada pela Cortina de Ferro,
com a Otan de um lado e o Pacto de Varsóvia do outro.
· A Otan e o Pacto de
Varsóvia
A Otan foi uma aliança militar formada pelas
forças da Europa Ocidental, sob liderança estadunidense, em 1949. O governo dos
Estados Unidos, financiando economicamente a Europa Ocidental, estimulou os
dirigentes dos países europeus ocidentais a preservar o capitalismo e a assumir
uma política anticomunista; prevendo possível confronto militar com os
soviéticos, instalaram armas nucleares na Europa Ocidental. Em 1955, em
resposta à criação da Otan, os governos socialistas da Europa Oriental, sob
liderança da URSS, formaram também uma aliança de ajuda militar mútua: o Pacto
de Varsóvia.
· Guerra Fria e
desenvolvimento tecnológico
O desenvolvimento tecnológico foi a base de
dois instrumentos fundamentais na Guerra Fria: a corrida armamentista e a
corrida espacial. Tanto a produção de armas nucleares como a de foguetes e de
engenhos espaciais mobilizaram pesquisadores, técnicos e recursos financeiros
extraordinários nos Estados Unidos e na União Soviética, ao longo de todo o
período da Guerra Fria. Na década de 1970, os conhecimentos adquiridos com a
corrida espacial foram utilizados, principalmente, no desenvolvimento dos
satélites artificiais, que, nos dias atuais, servem a diversas finalidades:
telecomunicação, meteorologia, observação militar etc.
· A Coréia do Norte e a
Coréia do Sul
No final da Segunda Guerra Mundial, a Coreia,
que de 1910 a 1945 tinha integrado o império Japonês, foi dividida em duas
áreas, controladas por tropas dos Estados Unidos (ao sul) e da União Soviética
(ao norte). O fim dessa divisão se daria por meio de eleições gerais, que, no
entanto, não chegaram a ocorrer, em função de hostilidades entre o norte e o sul,
culminando com a invasão da Coreia do Sul (capitalista) pela Coreia do Norte
(socialista). Os Estados Unidos intervieram diretamente no conflito para conter
a invasão, obrigando os norte-coreanos a recuar até o território chinês. Tropas
chinesas entraram na guerra, apoiando o exército norte-coreano; a União
Soviética também apoiou a Coreia do Norte. Em 1953, foi estabelecido um acordo
de paz, restabelecendo o paralelo 38 N como fronteira entre a Coreia do Norte e
a Coreia do Sul, o mesmo de antes do conflito. O conflito da Coreia representou
um momento de inflexão da Guerra Fria, a partir do qual o governo dos Estados
Unidos resolveu financiar a recuperação econômicas dos países orientais, como o
Japão, bem como os países do sudeste asiático, que passaram a ser beneficiados
pelo Plano Colombo.
· O fim da Guerra Fria
O fim da Guerra Fria foi o resultado de uma
série de transformações no bloco socialista, iniciadas na década de 1980, entre
elas a adoção de uma política de desarmamento pela União Soviética. A partir de
1989, com a perestroika e a glasnost, promoveu-se a abertura política-econômica
do Leste Europeu, os governos comunistas foram derrubados e o comando russo foi
abolido. Costumam ser apontados como episódios paradigmáticos do fim da Guerra
Fria a queda do Muro de Berlim (1989), a reunificação da Alemanha (1990) e o
desmembramento da União Soviética (1991).
· O fim da União Soviética
A derrocada da União Soviética, levando ao fim
da Guerra Fria, costuma ser entendida como uma vitória do capitalismo, pois
consagrou a expansão plena da economia de mercado sobre o planeta por meio da
globalização econômica. Ela significou também que os Estados Unidos a única
hiperpotência do planeta. Em razão disso, as relações internacionais vêm
tendendo ao unilateralismo da potência estadunidense, que nos fóruns
internacionais impõe os interesses de seus grupos dominantes, em detrimento do
interesse de outros países ou até mesmo globais. Por esse motivo, diversas nações
lutam atualmente pela participação de um número maior e mais diversificado de
interlocutores nos processos de decisão sobre questões de interesse
internacional (multilateralismo).
Fonte Bibliográfica:
COTRIM, Gilberto,
História Global – Brasil e Geral, volume 3, 2ª ed. São Paulo: Saraiva, 2013.
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