Colégio Est. Deputado
Manoel Mendonça
Prof.:
Cássio Vladimir de Araújo
Série:
3º Ano
Disciplina: Geografia – 2017
Estruturas e formas de relevo do Brasil
· O relevo brasileiro
O relevo brasileiro, como o de toda a
Terra, é resultado da atuação de agentes internos e externos. Enquanto a
estrutura geológica do Brasil é, na maior parte, bastante antiga (Arqueozoico e
Proterozoico para os terrenos cristalinos e Paleozoico e Mesozoico para boa
parte dos sedimentares), os processos que modelaram as formas do nosso
território como se apresentam atualmente são, de modo geral, recentes (Era
Cenozoica), e continuam atuando, evidentemente.
· Fatores que delinearam e modelaram as
diversas formas do relevo brasileiro
A alternância entre climas mais úmidos e
mais secos no decorrer do Terciário e do Quaternário influenciou decisivamente
a atuação dos processos erosivos e, consequentemente, a modelagem do relevo em
nosso país. Além disso, o soerguimento da plataforma Sul-Americana, também ao
longo da Era Cenozóica, concomitantemente à formação da Cordilheira dos Andes,
delineou formas marcantes no território brasileiro, como diversos vales e
escarpas de planaltos.
· Classificação das unidades do relevo
brasileiro
A partir da década de 1940, adotou-se a
classificação do geógrafo Aroldo de Azevedo, que dividia o Brasil em planaltos
e planícies e definia essas unidades a partir das altitudes. As planícies
correspondiam às superfícies planas de até 200 metros de altitude, e os
planaltos situavam-se acima dessa cota altimétrica e apresentavam-se
relativamente acidentados.
Na década de 1960, o geógrafo Aziz
Ab’Saber estabeleceu uma classificação que considerava a altitude, os processos
geológicos responsáveis pela gênese, ou seja, pela formação do modelado
terrestre. Os planaltos eram definidos como terrenos onde prevalecia o processo
de desgaste em relação aos processos de
sedimentação; as planícies, por sua vez, constituíam os terrenos em que
predominava a sedimentação.
A partir de 1990, o geógrafo Jurandyr L.
S. Ross, apoiado em levantamentos técnicos do Projeto Radambrasil, fez uma
classificação bastante detalhada do relevo brasileiro.
A classificação de Ross associa as
informações altimétricas, ou seja, relacionadas às altitudes, com os processos
de erosão, sedimentação e gênese, integrando-os às estruturas geológicas nas
quais ocorrem. O relevo brasileiro passou, assim, a ser classificado a partir
de três formas: depressões, planaltos e planícies.
· Depressões
As depressões no Brasil são definidas
como terrenos relativamente inclinados, nos quais predominam os processos
erosivos que ocorrem em estruturas cristalinas ou sedimentares. Esses terrenos
localizam-se geralmente entre 100 e 500 metros de altitude, apresentando bordas
em aclive, como uma subida para quem olha de baixo para cima. A maior parte das
depressões brasileiras se originou de processos erosivos que atuaram nas bordas
das bacias sedimentares.
· Planaltos
Os planaltos apresentam superfícies
irregulares (planas ou acidentadas), nas quais predominam os processos erosivos
de estruturas cristalinas ou sedimentares. Localizam-se geralmente acima dos
300 metros de altitude e apresentam bordas em declive, ou seja, como uma
descida para quem olha de cima para baixo. São formas residuais de relevo.
De acordo com a classificação de Ross, os
planaltos brasileiros são agrupados em quatro categorias conforme sua gênese:
Planaltos em bacias sedimentares, que
praticamente estão todos circundados por depressões periféricas ou marginais.
Exemplo: planalto da Amazônia Oriental;
Planaltos em núcleos cristalinos
arqueados, formados no cinturão orogênico da faixa Atlântica, nos quais os
processos erosivos atuaram de forma muito intensa no Terciário. Exemplo: planalto
da Borborema;
Planaltos em intrusões e coberturas
residuais de plataforma, que se formaram em terrenos sedimentais residuais,
cristalinos, vulcânicos e dobramentos do Pré-Cambriano. Exemplo: planalto
residual Norte-Amazônico;
Planaltos em cinturões orogênicos,
formados em trechos de cinturões orogênicos bastante antigos, nos quais
ocorreram vários ciclos de dobramentos, intrusões e falhamentos, os quais deram
origem a escarpas acentudadas, como as das serras do Mar e da Mantiqueira.
Também fazem parte dessa categoria os planaltos e serras de Goiás-Minas (faixa
de dobramento do Cinturão de Brasília).
· Planícies
As planícies estão situadas em áreas mais
restritas, em alguns casos sujeitas a inundação; nessas áreas, predominam os
processos de sedimentação, que ocorrem apenas em estruturas geológicas
sedimentares. As planícies apresentam bordas em aclive, e suas altitudes variam
geralmente entre 0 e 100 metros.
No Brasil, essa forma de relevo
encontra-se restrita às margens de grandes rios, como o Amazonas e alguns
afluentes e o Araguaia; à região do Pantanal; à faixa litorânea e ao redor das
lagoas dos Patos e Mirim, no Rio Grande do Sul. Foram formadas, portanto, por
deposição de materiais (sedimentos) de origem marinha, lacustre ou fluvial,
sendo a sedimentação, nesses casos, um processo recente, ocorrido no
Quaternário.
· Perfil de relevo
Os perfis de relevo, ou topográficos, são
gráficos que mostram cortes verticais da crosta terrestre e as variações de
altitude.
Região Norte – este corte (perfil
noroeste-sudeste) tem cerca de 2.000 quilômetros de comprimento. Vai das
altíssimas serras do norte de Roraima, na fronteira com Venezuela, Colômbia e
Guiana, até o norte do estado do Mato Grosso. Mostra claramente as estreitas
faixas de planície situadas às margens do rio Amazonas, a partir das quais
seguem-se amplas extensões de terras altas: planaltos e depressões.
Região Nordeste – este corte tem cerca de
1.500 quilômetros de extensão. Vai do interior do Maranhão ao litoral de
Pernambuco. Apresenta um retrato fiel e abrangente do relevo da região; dois
planaltos (da bacia do Parnaíba e da Borborema) cercando a Depressão Sertaneja.
As regiões altas são cobertas por mata. As baixas, por caatinga.
Região Centro-Oeste e Sudeste – Este
corte, com cerca de 1.500 quilômetros de comprimento, vai do estado de Mato
Grosso do Sul ao litoral paulista. Com altitude entre 80 e 150 metros, a
planície do Pantanal está quase no mesmo nível do Oceano Atlântico. A bacia do
Paraná, formada por rios de planalto, concentra as maiores usinas hidrelétricas
brasileiras.
Fonte
Bibliográfica
LUCCI,
Elian Alabi, BRANCO, Anselmo Lázaro, MENDONÇA, Claudio. Território e Sociedade
no mundo globalizado: Geografia, Ensino Médio, volume 1: 1.ed. São Paulo:
Saraiva, 2010.
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