segunda-feira, 4 de setembro de 2017

ESTRUTURAS E FORMAS DE RELEVO DO BRASIL - GEOGRAFIA 3° ANO

Colégio Est. Deputado Manoel Mendonça
Prof.:   Cássio Vladimir de Araújo 
Série:     3º Ano
Disciplina: Geografia – 2017

Estruturas e formas de relevo do Brasil
·       O relevo brasileiro
O relevo brasileiro, como o de toda a Terra, é resultado da atuação de agentes internos e externos. Enquanto a estrutura geológica do Brasil é, na maior parte, bastante antiga (Arqueozoico e Proterozoico para os terrenos cristalinos e Paleozoico e Mesozoico para boa parte dos sedimentares), os processos que modelaram as formas do nosso território como se apresentam atualmente são, de modo geral, recentes (Era Cenozoica), e continuam atuando, evidentemente.
·       Fatores que delinearam e modelaram as diversas formas do relevo brasileiro
A alternância entre climas mais úmidos e mais secos no decorrer do Terciário e do Quaternário influenciou decisivamente a atuação dos processos erosivos e, consequentemente, a modelagem do relevo em nosso país. Além disso, o soerguimento da plataforma Sul-Americana, também ao longo da Era Cenozóica, concomitantemente à formação da Cordilheira dos Andes, delineou formas marcantes no território brasileiro, como diversos vales e escarpas de planaltos.
·       Classificação das unidades do relevo brasileiro
A partir da década de 1940, adotou-se a classificação do geógrafo Aroldo de Azevedo, que dividia o Brasil em planaltos e planícies e definia essas unidades a partir das altitudes. As planícies correspondiam às superfícies planas de até 200 metros de altitude, e os planaltos situavam-se acima dessa cota altimétrica e apresentavam-se relativamente acidentados.
Na década de 1960, o geógrafo Aziz Ab’Saber estabeleceu uma classificação que considerava a altitude, os processos geológicos responsáveis pela gênese, ou seja, pela formação do modelado terrestre. Os planaltos eram definidos como terrenos onde prevalecia o processo de desgaste em relação  aos processos de sedimentação; as planícies, por sua vez, constituíam os terrenos em que predominava a sedimentação.
A partir de 1990, o geógrafo Jurandyr L. S. Ross, apoiado em levantamentos técnicos do Projeto Radambrasil, fez uma classificação bastante detalhada do relevo brasileiro.
A classificação de Ross associa as informações altimétricas, ou seja, relacionadas às altitudes, com os processos de erosão, sedimentação e gênese, integrando-os às estruturas geológicas nas quais ocorrem. O relevo brasileiro passou, assim, a ser classificado a partir de três formas: depressões, planaltos e planícies.
·       Depressões
As depressões no Brasil são definidas como terrenos relativamente inclinados, nos quais predominam os processos erosivos que ocorrem em estruturas cristalinas ou sedimentares. Esses terrenos localizam-se geralmente entre 100 e 500 metros de altitude, apresentando bordas em aclive, como uma subida para quem olha de baixo para cima. A maior parte das depressões brasileiras se originou de processos erosivos que atuaram nas bordas das bacias sedimentares.
·       Planaltos
Os planaltos apresentam superfícies irregulares (planas ou acidentadas), nas quais predominam os processos erosivos de estruturas cristalinas ou sedimentares. Localizam-se geralmente acima dos 300 metros de altitude e apresentam bordas em declive, ou seja, como uma descida para quem olha de cima para baixo. São formas residuais de relevo.
De acordo com a classificação de Ross, os planaltos brasileiros são agrupados em quatro categorias conforme sua gênese:
Planaltos em bacias sedimentares, que praticamente estão todos circundados por depressões periféricas ou marginais. Exemplo: planalto da Amazônia Oriental;
Planaltos em núcleos cristalinos arqueados, formados no cinturão orogênico da faixa Atlântica, nos quais os processos erosivos atuaram de forma muito intensa no Terciário. Exemplo: planalto da Borborema;
Planaltos em intrusões e coberturas residuais de plataforma, que se formaram em terrenos sedimentais residuais, cristalinos, vulcânicos e dobramentos do Pré-Cambriano. Exemplo: planalto residual Norte-Amazônico;
Planaltos em cinturões orogênicos, formados em trechos de cinturões orogênicos bastante antigos, nos quais ocorreram vários ciclos de dobramentos, intrusões e falhamentos, os quais deram origem a escarpas acentudadas, como as das serras do Mar e da Mantiqueira. Também fazem parte dessa categoria os planaltos e serras de Goiás-Minas (faixa de dobramento do Cinturão de Brasília).
·       Planícies
As planícies estão situadas em áreas mais restritas, em alguns casos sujeitas a inundação; nessas áreas, predominam os processos de sedimentação, que ocorrem apenas em estruturas geológicas sedimentares. As planícies apresentam bordas em aclive, e suas altitudes variam geralmente entre 0 e 100 metros.
No Brasil, essa forma de relevo encontra-se restrita às margens de grandes rios, como o Amazonas e alguns afluentes e o Araguaia; à região do Pantanal; à faixa litorânea e ao redor das lagoas dos Patos e Mirim, no Rio Grande do Sul. Foram formadas, portanto, por deposição de materiais (sedimentos) de origem marinha, lacustre ou fluvial, sendo a sedimentação, nesses casos, um processo recente, ocorrido no Quaternário.
·       Perfil de relevo
Os perfis de relevo, ou topográficos, são gráficos que mostram cortes verticais da crosta terrestre e as variações de altitude.
Região Norte – este corte (perfil noroeste-sudeste) tem cerca de 2.000 quilômetros de comprimento. Vai das altíssimas serras do norte de Roraima, na fronteira com Venezuela, Colômbia e Guiana, até o norte do estado do Mato Grosso. Mostra claramente as estreitas faixas de planície situadas às margens do rio Amazonas, a partir das quais seguem-se amplas extensões de terras altas: planaltos e depressões.
Região Nordeste – este corte tem cerca de 1.500 quilômetros de extensão. Vai do interior do Maranhão ao litoral de Pernambuco. Apresenta um retrato fiel e abrangente do relevo da região; dois planaltos (da bacia do Parnaíba e da Borborema) cercando a Depressão Sertaneja. As regiões altas são cobertas por mata. As baixas, por caatinga.
Região Centro-Oeste e Sudeste – Este corte, com cerca de 1.500 quilômetros de comprimento, vai do estado de Mato Grosso do Sul ao litoral paulista. Com altitude entre 80 e 150 metros, a planície do Pantanal está quase no mesmo nível do Oceano Atlântico. A bacia do Paraná, formada por rios de planalto, concentra as maiores usinas hidrelétricas brasileiras.
Fonte Bibliográfica

LUCCI, Elian Alabi, BRANCO, Anselmo Lázaro, MENDONÇA, Claudio. Território e Sociedade no mundo globalizado: Geografia, Ensino Médio, volume 1: 1.ed. São Paulo: Saraiva, 2010.

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