Col. Est. Dep. Manoel
Mendonça
Prof.: Cássio
Vladimir de Araújo
Série: 1° Ano
Disciplina: História -
2017
Os
Gregos I
- Divisão
histórica
A Grécia foi palco de uma civilização
que se desenvolveu para além de seus limites geográficos. Sua história costuma
ser dividida nos períodos: Micênico ( 1650 a 1150 a.C), Homérico (séculos XV a
VIII a.C.), Arcaico (séculos VIII a VI a.C.), Clássico (séculos
VI a IV a.C.) e Helenístico
(séculos IV a I a.C.).
- Primeiros
povoadores
A partir do ano 2000 a.C., aqueus,
jônios, eólios e dórios começaram a se estabelecer nas áreas que ficaram
conhecidas como Grécia antiga. Conquistando populações já existentes nessa
regiões (cretenses e micênicos, entre outros), esses povos estão entre os
principais formadores dos helenos (povo grego) – uma mescla de etnias e
culturas que, ao longo do tempo, por intercâmbios socioculturais, foi
adquirindo certa unidade.
- Creta
Há cerca de 5 mil anos, a ilha de Creta,
por sua localização, tornou-se ponto de encontro entre a Grécia e as civilizações
do Crescente Fértil, o que favoreceu o desenvolvimento de atividades marítimas
e comerciais. Entre 1700 e 1450
a .C. instalou-se na cidade de Cnossos uma poderosa
monarquia que impôs sua supremacia sobre as demais cidades e expandiu a
dominação cretense, formando um império comercial-marítimo que, por se basear
na navegação marítima, foi denominada talassocracia.
- As
cidades-Estados
As cidades-Estados originaram-se das
transformações ocorridas na organização dos génos (grandes famílias). No início, a vida econômica era baseada
na fraternidade e na cooperação social, com a terra, a colheita e o rebanho
pertencendo à comunidade. Posteriormente, alguns grupos acumularam riqueza e
poder, e passaram a se considerar os melhores (aristoi, em grego). Com isso a vida comunitária dos génos foi-se
dissolvendo, formando-se a pólis (ou
cidade-Estado), com governo, leis, calendário e moeda próprios.
As cidades-Estado gregas eram
independentes entre si, isto é, cada uma tinha governo, leis, calendário e moeda
próprios. Ocupavam em média de 1.000 a 3.000 km2 de área, dividida em zona
rural e zona urbana.
- A fragmentação
política da Grécia Antiga
A fragmentação política ocorreu devido a
duas características físicas marcantes: o território montanhoso (cerca de 80%),
fazendo com que os grupos humanos se instalassem em distintas planícies,
separadas pelo relevo, e o litoral bastante recortado e fragmentado em ilhas.
- Elementos de
união do mundo grego
Apesar da divisão em cidades-Estado,
existiam elementos que uniam o mundo grego. O que integrava as diversas
populações das cidades gregas eram elementos culturais comuns: a língua (apesar
dos diferentes dialetos), uma base religiosa comum, certos eventos periódicos
em que se reuniam (como os Jogos Olímpicos) etc.
- A colonização
grega
A expansão colonizadora dos gregos
deveu-se a questões sociais originadas por problemas de posse da terra,
dificuldades na agricultura e aumento da população, o que levou grande parte
dos gregos a procurar novas terras para se fixar.
Após os primeiros momentos de expansão,
as regiões colonizadas tornaram-se centros comerciais, impulsionando as trocas
entre as cidades da Hélade e as colônias. A expansão colonizadora também
impulsionou a navegação marítima, as trocas culturais e a produção artesanal
- Esparta
A sociedade espartana, marcada pelo
caráter militarista da cidade (que
se justificava devido as constantes revoltas dos hilotas) era constituída por
três grupos sociais: os esparciatas
(cidadãos espartanos), homens livres, proprietários de terras, que não podiam
exercer o comércio e ficavam à disposição do exército ou dos negócios públicos:
os periecos, também homens livres,
que não tinham direitos políticos e se dedicavam principalmente ao comércio e
ao artesanato; e os hilotas, que tinham
obrigação de cultivar as terras dos esparciatas, das quais não podiam ser
expulsos. Desprezados socialmente, promoviam frequentes revoltas contra os
grupos dominantes.
Essa organização se traduzia na
estrutura de poder, com o domínio político exclusivo dos esparciatas, que
exerciam todos os cargos e funções de governo.
- Atenas
A sociedade ateniense era agrupada em
três grandes categorias: cidadãos, metecos e escravos.
Cidadãos: homens adultos (maiores de 21 anos),
filhos de pai e mãe atenienses. Eram pessoas de diferentes condições
econômicas: grandes e pequenos proprietários de terra, grandes e pequenos
comerciantes etc. tinham direitos políticos e participavam do governo da
cidade. Raramente os atenienses concediam o direito de cidadania a pessoas de
outras cidades.
Metecos: pessoas que viviam em Atenas, mas não
haviam nascidos na cidade. Não tinham direitos políticos e eram proibidos de
comprar terras, mas podiam trabalhas no comércio e o artesanato. Em geral,
pagavam impostos para viver na cidade e, em certas épocas, podiam ser
convocados para o serviço militar.
Escravos: geralmente prisioneiros de guerra,
comprados de estrangeiros nos mercados de escravos, ou filhos de escravos que
já viviam na cidade.
- A democracia
ateniense
A democracia grega surgiu a partir da
reação de grande parte dos atenienses frente aos abusos e à concentração de
poder da aristocracia (classe formada por um grupo reduzido de pessoas que
detêm o poder econômico ou político).
Com a ação de alguns reformadores, nos
séculos VII e VI a.C., a situação política foi sendo, aos poucos, modificada. Drácon impôs leis escritas acabando com
as vendetas (guerras entre famílias
por vingança); Sólon libertou os
cidadãos transformados em
escravos. Esse processo culminou com a criação de um novo
modo de governar Atenas – a democracia, que se consolidou com Clístenes (510 a 507 a .C). O princípio básico
do regime democrático dizia que “todos os cidadãos têm o mesmo direito perante
as leis” – princípio da isonomia.
- Democracias
Há várias diferenças entre as
democracias atuais e a antiga democracia ateniense.
A democracia ateniense não atingia
igualmente a todos os que lá viviam.
Restringia-se aos cidadãos (pequena
parte da população masculina). Os estrangeiros (metecos), os escravos, as
mulheres e os jovens menores de 21 anos não tinham direitos políticos e estavam
excluídos da vida democrática. Hoje, em uma sociedade democrática, a cidadania
é uma condição a que todos os seus membros têm direito.
Outra diferença é que, em Atenas, a
democracia era direta, ou seja, todo cidadão apresentava-se pessoalmente na
Assembleia para votar sobre diferentes assuntos da vida pública.
Já a maioria dos sistemas democráticos
atuais é representativa, ou seja, o cidadão ele os políticos (prefeitos,
governadores, presidente, vereadores, deputados e senadores) para representa-lo
nos diferentes órgãos da administração pública.
- Aristóteles e a
escravidão
Aristóteles justifica a escravidão pela
própria natureza, que, segundo ele, faz o corpo dos escravos e o do homem livre
diferentes. O corpo do escravo seria forte, adaptado para a atividade servil; o
do homem livre, ereto, seria inadequado para o trabalho, porém apto para a vida
do cidadão.
COTRIM, Gilberto, História Global – Brasil e Geral, volume único, 8ª ed. São Paulo: Saraiva, 2005.
COTRIM, Gilberto, História
Global – Brasil e Geral, volume 1, 2ª ed. São Paulo: Saraiva, 2013.
Nenhum comentário:
Postar um comentário
Observação: somente um membro deste blog pode postar um comentário.