Col. Est. Dep. Manoel Mendonça
Prof.: Cássio Vladimir de Araújo
Série: 1° Ano
Disciplina: História -
2017
IGREJA E CULTURA MEDIEVAL
Igreja
Católica
- Organização do
Clero
Na Idade Média, o clero se organizava em
clero secular – estruturado numa hierarquia composta de pároco, bispo,
arcebispo e papa – e clero regular, formado por sacerdote (monges) que viviam
nos mosteiros e conventos, obedecendo às regras estabelecidas por uma ordem
religiosa.
- O controle de
terras pela Igreja
O poder do Papa chegava até as paróquias
através da hierarquia eclesiástica, de maneira a permitir-lhe o controle das
regiões que faziam parte das paróquias, dioceses e províncias eclesiásticas.
- O poder temporal
da Igreja
Além do poder espiritual a Igreja também
adquiriu poder temporal (material). Isso ocorreu porque muitos sacerdotes e
ordens religiosas enriqueceram com as doações dos fiéis, chegando a controlar
um terço das terras cultiváveis da Europa ocidental, num tempo em que a terra
era uma das principais bases da riqueza.
- As investiduras
Na Idade Média houve muitas disputas
entre bispos, reis e papas pelo poder, e estes tiveram de promover negociações
para manter a unidade do cristianismo e obter a proteção de reis poderosos. Uma
dessas disputas referia-se ao seguinte: a quem caberia nomear e investir
sacerdotes para os cargos eclesiásticos, ao papa ou ao imperador? Esse problema
ficou conhecido como Questão das
Investiduras.
As investiduras (ato de dar posse no
cargo) feitas pelo imperador visavam a interesses pessoais e do reino. Nesse cenário,
bispos e padres passaram a colocar seu compromisso com o soberano acima da
fidelidade do papa.
Esses conflitos só foram resolvidos em
1122, pela Concordata de Worms, que adotou uma solução de meio termo: caberia
ao papa a investidura espiritual dos bispos, cabendo ao imperador a investidura
temporal.
- Heresia
Os grupos que se desviavam dos
ensinamentos da Igreja (Católica) foram perseguidos pelas autoridades
religiosas, acusados de serem heréticos ou hereges, isto é, de cometer heresia.
Consideravam-se heresia a concepção religiosa distinta da doutrina oficial
católica, sendo, por isso, tida como falsa pela Igreja.
- As principais
heresias:
As principais heresias medievais foram:
os cátaros (conhecidos como albigenses) acreditavam em um deus do Bem e
um deus do Mal e que Cristo teria sido enviado pelo deus do Bem para libertar
as almas humanas; os valdenses pregavam a virtude da pobreza voluntária;
os patarinos questionavam a validade dos sacramentos ministrados por
sacerdotes pecadores; os bogomilos acreditavam que a Igreja de Roma
havia sido corrompida pela riqueza e que o cristianismo verdadeiro só existia
na pobreza e na vida simples; combatiam o culto à Virgem Maria, aos santos e às
virgens.
- O surgimento das
heresias
Segundo os historiadores, as heresias
surgiram como reação de grupos religiosos populares a vários aspectos do
cristianismo da época, principalmente ao despreparo dos sacerdotes paroquiais
para atender às necessidades espirituais dos fiéis, à vida luxuosa do alto clero
(que se preocupava mais com a acumulação de riquezas do que com a pregação
evangélica) e ao fato de a Igreja aprovar um sistema social que explorava a
maioria da população.
- Os tribunais da
Inquisição
Os Tribunais da Inquisição foram criados
com o propósito de descobrir heresias e julgar os hereges. As pessoas
condenadas eram excomungadas (excluídas da comunidade dos católicos) e
entregues às autoridades do Estado, que se encarregavam de puni-las. As penas
aplicadas a cada caso iam desde o confisco de bens até a morte na fogueira.
As heresias e a instituição da
Inquisição nos mostra que a Idade Média não foi um período de estagnação.
Mostra-nos que havia ideias que contradiziam e ameaçavam a Igreja Católica. De
acordo com Georges Duby, as heresias eram a prova de que fervilhava,
irreprimível, a liberdade de pensamento.
- As Cruzadas
As Cruzadas foram expedições militares
organizadas entre os séculos XI e XIII, por autoridades da Igreja Católica e
pelos nobres mais poderosos da Europa. Seu objetivo declarado era libertar os
lugares considerados santos que estavam em poder dos muçulmanos. O surgimento
das Cruzadas costuma ser relacionado também com o hábito guerreiro dos nobres
feudais e o interesse econômico em retomar importantes cidades comerciais que
haviam sido ocupadas pelos muçulmanos.
- O impacto das
Cruzadas no Ocidente medieval
Suas consequências mais evidentes foram:
empobrecimento dos senhores feudais, que custearam as guerras; fortalecimento
do poder real, pois os senhores feudais perderam suas forças; “reabertura” do
Mar Mediterrâneo, tendo como efeito o desenvolvimento do intercâmbio comercial
entre a Europa e o Oriente; e a ampliação do universo cultural europeu, devido
ao contato com os povos orientais.
Cultura
Medieval
- A Igreja e a Educação
A Igreja controlava as principais
instituições de ensino: as escolas medievais ficavam, em geral, nos mosteiros
e, depois, junto às catedrais. A partir do final do século XII, também esteve
ligada ao surgimento e controle, em diversas cidades europeias, das primeiras
universidades de que se tem notícia.
- O papel
unificador da Igreja Católica na Idade Média
A Igreja Católica desempenhou um papel
unificador durante a Idade Média, porque, em meio à fragmentação política da
época, ela foi capaz de promover a articulação cultural entre os elementos
romanos e germânicos. Além disso, por meio da manutenção de alguns valores
comuns, como a fé cristã e o latim, a Igreja conseguiu sintetizar as duas
sociedades, forjando a unidade espiritual que marcou o mundo medieval.
- A influência do
Cristianismo na cultura da Idade Média
Na arquitetura: construção de igrejas,
sobretudo as catedrais; na música sacra, resultado da adaptação desta arte aos
ideais religiosos do cristianismo; na literatura: poesia épica, que exaltava a
coragem dos cavaleiros em prol do cristianismo; na ciência e na filosofia (que
eram interligadas): produção dos monges e pensadores religiosos.
- A cultura
popular medieval
A cultura popular medieval, em
contraponto à austera cultura oficial, era impregnada de humor, manifestando-se
em festejos carnavalescos, encenações teatrais burlescas (cômicas, satíricas),
que recriavam as manifestações da cultura oficial, criticando os costumes e
promovendo o riso e o divertimento público.
COTRIM, Gilberto, História Global – Brasil e Geral, volume 1, 2ª ed. São Paulo: Saraiva, 2013.
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