Col. Est. Dep. Manoel Mendonça
Prof.: Cássio Vladimir de Araújo
Série: 1°
Ano
Disciplina: Filosofia –
2017
Sócrates:
a dialética
· Sócrates
Imortalizado nos diálogos de Platão.
Sócrates tornou-se um mestre e um exemplo da conduta ética até nossos dias.
Nascido em Atenas, Sócrates (469-399 a.C)
é tradicionalmente considerado um marco divisório da história da filosofia
grega. Por isso, os filósofos que o antecederam são chamados de pré-socráticos,
porém, não deixou nada escrito. O que se sabe dele e de seu pensamento vem dos
textos de seus discípulos e de seus adversários.
Sócrates era filho de um escultor e de uma
parteira – dupla herança que o levou a buscar esculpir simbolicamente, uma
representação autêntica do ser humano e a ajudar seus discípulos a dar à luz
suas próprias ideias.
· Diferenças
e semelhanças entre Sócrates e os sofistas
O estilo de vida de Sócrates
assemelhava-se, exteriormente, ao dos sofistas, embora não “vendesse” seus
ensinamentos. Desenvolvia o saber filosófico em praças públicas conversando com
os jovens, sempre dando demonstrações de que era preciso unir a vida concreta
ao pensamento. Unir o saber ao fazer, a consciência intelectual à consciência
prática ou moral.
Tanto quanto os sofistas, Sócrates
abandonou a preocupação dos filósofos pré-socráticos em explica a natureza e
concentrou-se problemática do ser humano. No entanto se opôs ao relativismo
quanto à questão da moralidade e ao uso da retórica para atingir interesses
particulares, entre outros aspectos que marcaram sua diferença com a tradição
sofista.
· Debate
com os sofistas
Embora em sua época tenha sido confundido
com os sofistas, Sócrates travou uma polêmica profunda com esses filósofos. Ele
procurava um fundamento último para as interrogações humanas (O que é o bem? O que
é a virtude? O que é a justiça?), enquanto os sofistas – conforme a visão de
seus críticos – situavam suas reflexões a partir dos dados empíricos, o
sensório imediato, sem se preocupar com a investigação de uma essência (da
virtude, da justiça, do bem etc.) a partir da qual a própria realidade empírica
pudesse ser avaliada.
· A
pergunta fundamental de Sócrates e a resposta
A pergunta fundamental de Sócrates era:
qual é a essência do ser humano, ou o que o ser humano é essencialmente? Sua
resposta apontava para a ideia de que o ser humano é sua alma, entendida aqui
como a sede da razão, o nosso eu consciente (que inclui a consciência
intelectual e a consciência moral), pois é o que nos distingue de todos os
outros seres da natureza.
Por isso, o autoconhecimento era um dos
pontos básicos da filosofia socrática. “Conhece-te a ti mesmo”, frase escrita
no Oráculo de Delfos, era a recomendação primordial feita por Sócrates a seus
discípulos.
· Diálogo
crítico
A filosofia de Sócrates era desenvolvida
mediante o diálogo crítico (ou dialética) com seus interlocutores, o qual pode
ser dividido em dois momentos básicos:
- refutação ou ironia – etapa em
que o filósofo interroga seus interlocutores sobre aquilo que pensavam saber,
formulando-lhes perguntas e procurando evidenciar suas contradições. Seu
objetivo era fazê-los tomar consciência profunda de suas próprias respostas,
das consequências que poderiam ser tiradas de suas reflexões, muitas vezes
repletas de conceitos vagos e imprecisos:
- maiêutica – etapa em que ele propunha
aos discípulos uma nova série de questões, com o objetivo de ajuda-los a
conceber ou reconstruir suas próprias ideias. Por isso, essa fase é chamada de
maiêutica, termo que em grego significa “arte de trazer a luz”.
· Corruptor
da juventude?
Sócrates não dava importância à condição
socioeconômica de seus discípulos. Dialogava com ricos e pobres, cidadãos e
escravos. O que importava eram as qualidades interiores de cada pessoa,
condições indispensáveis ao processo de autoconhecimento.
Como não fazia distinção entre seus
interlocutores e questionava tudo, incluindo crenças e valores comuns, foi
considerado uma ameaça social, um subversivo. Interessado na prática da virtude
e na busca da verdade, contrariava os valores dominantes da sociedade ateniense.
Por isso, receber a acusação de ser injusto com os deuses da cidade e de
corromper a juventude.
· A
morte de Sócrates
Após ser acusado de ser injusto com os
deuses e de corromper a juventude, foi submetido ao um processo e, no final,
foi condenado a beber cicuta (veneno mortal extraído de uma planta de mesmo
nome).
Diante dos juízes, Sócrates assumiu uma
postura altaneira e imperturbável, de quem nada teme. Permanecia absolutamente
em paz com sua própria consciência.
· Sua
vida
Sócrates construiu uma personalidade
corajosa, guiando sua conduta pelo critério de justiça que encontrou como
correto. Viveu conforme sua própria consciência. Morreu sem ter renunciado a
seus mais caros valores morais.
Fonte
Bibliográfica:COTRIM, Gilberto, , Mirna Fernandes , Fundamentos de filosofia, volume único, 2ª ed. São Paulo: Saraiva, 2013.
Nenhum comentário:
Postar um comentário
Observação: somente um membro deste blog pode postar um comentário.